quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A LUZ DO DIA NEGRO

Hoje é o chamado Dia de Finados e Fiéis Defuntos. É para muitas pessoas, infelizmente para a maioria, o dia em que se lembram dos seus mortos, o dia em que acendem uma luz ou até deixem uma ou ramos de flores, numa manifestação para os vivos e não para os mortos. Trata-se de um dia em que se mata o amor ou se embrulha em hipocrisia e vaidade.
Quanto a nós trata-se de um dia inútil porque encerra pouca verdade. O Dia dos Nossos Mortos é a todo o momento. Quando perdemos alguém teremos de vestir um luto interno, um luto interior e não um luto para mostrar ao mundo.
Neste dia gastam-me milhares de euros em vaidades. Para muitos, o acender da vela devia ser impossível, açoitada por um vento de crítica; as flores deveriam murchar ao deixar muitas mãos.
Visitar o espaço onde repousam os nossos mortos deve ser feita sem todos os outros reparem que choramos. Visitar os mortos é respeitá-los na sua recordação e todos os dias nos lembrarmos deles, pousando as nossas mãos nas recordações que nos deixaram, por mais simples que sejam, dedicando-lhes uma pequena oração, sobretudo para aqueles que crêem em Deus.
Ainda por cima estamos em tempo de crise, de crise que não sabemos até esta nos vai atirar. Mas também estamos em crise de valores humanos.
Nós não vamos no dia 2 visitar o espaço dos nossos mortos. Nós vamos lá de vez em quando e em momentos enevoados da nossa vida. Nós todos os dias nos lembramos deles. Sem nunca os esquecer.
Tenhamos a vela acesa a todo o momento e não só uma vez por ano.

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