terça-feira, 15 de novembro de 2011

O SENHOR MINISTRO TEM DE METER O TERMÓMETRO...

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, ex-director-geral dos Impostos e administrador do Millenium, quer arranjar a receita para declarar a "insolvência" dos portugueses no que respeita à saúde. São os medicamentos, os transplantes, análises e, agora, descobriu que há 1.000 especialistas a mais nos hospitais! Não haverá um especialista (pode ser o 1.001) que meça a febre e a tensão do senhor ministro? As funerárias vão esfregar as mãos de contentamento com múltiplas chamadas para o fornecimento do sobretudo de madeira e os especialistas, esses, terão de emigrar, enquanto os cidadãos, quando precisarem de cuidados médicos especiais, esperam ter sorte, como no euromilhões...
Isto está a ficar bonito. Lá isso está.

domingo, 13 de novembro de 2011

A VIDA NÃO ESTÁ PARA RIR, MAS...

Publicado por Fernando Pires. Demos um riso no fim de um dia triste e chuvoso e queremos reparti-lo com quem tenha sentido de humor. Haverá quem não goste. É de contar com isso. E boa à malta do "Humor da Treta".

sábado, 12 de novembro de 2011

A SITUAÇÃO NÃO É PARA RIR!

Com a devida vénia do "Jornal de Notícias" de hoje, mostra-se que ainda há vontade para rir por parte dos senhores Primeiro Ministro e o de Estado e Finanças. Estarão a rir de quê e de quem?
Esta gargalhada de Vitor Gaspar irrita quem já anda a procurar como se vai safar dos problemas de amanhã. Enquanto o povo chora, o ministro ri.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SAUDADES

Trata-se de um documento inesquecível, graças a uma foto de Sousa Mendes (1966) da Praia Nova quando não estava entaipada pelos "galinheiros" dos apartamentos, ainda existia a Refinaria Angola e a Fábrica de Leveduras Seleccionadas e o areal era a atracção de Matosinhos até à Maia. Hoje temos o calçadão, as corridas a pé e de bicicleta, perdendo-se o romantismo doutras épocas. Dizem que é o progresso. Que saudades eu tenho da minha rua de macadame, enormes árvores bem cheirosas, crianças despreocupadas nos passeios, o amolador, o azeiteiro, o homem da fruta, as padeiras e as leiteiras. Pois é, eu sei, estou velho.

ESTE CASAMENTO É QUE NOS ESTÁ A TRAMAR

Este namoro entre a senhora Merkel e o senhor Sarkozy é que nos está a tramar. Os franceses sempre tiveram distância do seu semelhante, enquanto os alemães julgaram-se sempre senhores do mundo.
Agora parece que ambos estão a pensar dar o golpe do baú, como dizem os brasileiros, nos seus colegas da "desunião" Europeia, preparando-se para criar uma Comunidade dos Pequeninos, restando aos portugueses voltar a imprimir o defunto escudo. Estamos a ser incorrectos? Então, esperemos mais algum tempo.

HAJA TENTO, SENHORA PRESIDENTE...

Nós ouvimos, tal como muitos milhares de portugueses. E pasmamos com o comportamento da Presidente da Assembleia da República. Disse ela, sem ter travão na língua, no final da sessão de hoje da AR, em palavras bem timbradas: "adiantamos os trabalhos e acabamos uma hora antes, pois é fim de semana e os senhores deputados terão de regressar aos seus circulos eleitorais".
Não é de acreditar. Lá que os trabalhos terminassem mais cedo, isso, infelizmente é natural, apesar dos outros trabalhadores, com salários a léguas dos deputados trabalham muitas mais horas. Mas isso de regressar aos seus circulos eleitorais faz rir. Então não é verdade que há deputados eleitos por circulos que mal conhecem? Exemplos? O António José Seguro não reside no Porto e como ele há umas dúzias. É por isso que a vida dos portugueses anda para trás.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

SEM TITULO

Com a devida vénia a Maria Isabel Gonçalves, retirei da sua página do facebook a imagem que publicamos e que tem uns bons anos. Cavaco com os seus ministros, amigos e correlegionários Dias Loureiro e Duarte Lima. Enão escrevo mais nada. Apetecia-nos, mas ficamos pelo apetite...

VEM AÍ BOA VINDIMA, BOM NEGÓCIO...

Não é um tema para se brincar, mas às vezes mais vale fazer isso.
Segundo informações oficiais (e os governantes batem palmas) diminui substancialmente o consumo de medicamentos. Quer dizer: não á dinheiro para comprar medicamentos, pois não tivemos assim um salto tão saudável da população. Nada disso, infelizmente. São os pobres que não tem dinheiro para ir à farmácia, sobretudo os idosos e os pensionistas. E, assim, de redução em redução do consumo, o melhor é chamar o cangalheiro. Estes sim, vão ter, nos próximos tempos a sua época das vindimas e em força. O pior é se não poderão cobrar à entrega da embalagem, caindo num processo de crédito, num estilo de "Morra e pague o enterro em 20 anos". O pior é que os agentes funerários não terão Banco que aceite as transacções, pois a maioria deles já estão com os pés para a cova...

SE NÃO É GOZAR, PARECE...

Parece ser um caso sem importância, mas lá gozar com a malta parece. O dr. Jardim, que toma posse amanhã como presidente do Governo Regional do buraco da Madeira, decretou tolerância de ponto, da parte da tarde, para toda a gente poder ir bater palmas ao Parlamento. Não me consta que tivesse havido tolerância de ponto para a posse de Passos Coelho e de todos os outros Governos. Só na Madeira. Deviam tomar posse no maior recato e de mangas arregaçadas para taparem o buraco escondido. Realmente, só na Madeira. E o Coelho não diz nada ou já lhe basta o tacho para ele e para a filha. E siga a música.

600.000 + 120 POR DIA

Diz o Banco de Portugal que em Setembro havia 600.000 famílias que deixaram de pagar os empréstimos aos bancos e que, presentemente, há 120 por dia que deixam de pagar. Uma verdadeira desgraça.
Mas de quem foi a culpa? Em primeiro lugar dos Bancos, depois a entidade reguladora que deveria ser o Banco de Portugal e parece não ter sido, por último o Governo que assistiu impávido e sereno ao desmoronamento da vida futura dos cidadão que se deixaram iludir pela pressão da publicidade bancária que, além de fazer o empréstimo a mais de 30 anos para compra de casa, ainda aliciava para que no valor a emprestar se incluisse a mobilia para a casa e porque não um automóvel. E Foi no que tudo deu. Vieram as crises, as pessoas tremeram porque julgavam que viviam no País da Fantasia, as era mentira, os bancos sentiram os alicerces a fugir-lhes o cimento e, agora, tornaram-se os maiores senhores de Portugal, como parece ser, por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos.
Vamos ter um Portugal de apartamentos e moradias vazias e no crescimento, de novo, das barracas.
Isto devia ir tudo preso...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

SÓ NO REINO UNIDO

Segundo a imprensa o falecido tirano Kadhafy, só no Reino Unido possuía vivendas de luxo no valor de 1,1 mil milhões. Isto num país, mas em muitos mais pontos do mundo a sua fortuna PESSOAL se reflectia. Então nos Estados Unios da América era um ver se te avias.
Ao alinhar este apontamento, passamos pelo ficheiro das suas fotos e registamos momentos da maior pouca vergonha de hipocrisia e de cumprimentar mãos manchadas de sangue. E lá estavam Obama, Rainha de Inglaterra, Berlusconi, Sarkozy, Sócrates e tantos outros. O dinheiro, o poder e o petróleo davam para tudo. Até para a baixeza daqueles que o admiravam e, ironia das ironias, agora mandaram matar.

sábado, 5 de novembro de 2011

FOI ELE

Andamos todos aflitos com o anunciado corte dos subsídios de Férias e de Natal. Da Esquerda à Direita. É quem mais refila e os políticos do Governo não sabem que fazer à vida e a Oposição muito menos. O dinheiro faz falta à malta.
Quem é que se lembra do nome do Primeiro Ministro que decidiu que os portugueses tivessem umas férias mais felizes e um Natal com mais prendas? Que foi, quem foi? Vasco Gonçalves, caros amigos. Já poucos se lembrarão disso. Afinal, o senhor general era bom rapaz.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

AFINAL, COMO É?

Caíu o Carmo e a Trindade quando José Sócrates "foi vender" computadores Magalhães à Venezuela, numa das suas viagens ministeriais. Toda a oposição barafustou, escarneceu, e logo que se apanhou no poder, toca a suspender, argumentando-se em negociatas, em falta de qualidade e um rosário de razões saídas das bocas de Passos Coelho e do ministro Nuno Crato.
Mas eis que, Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, num estilo de caixeiro viajante, acaba de fechar negócios naquele discutido país da América, presidido pelo "horrendo mafarrico" Hugo Chavez. Dizem as notícias que Portas "assinou ontem 13 novos acordos de cooperação com a Venezuela, entre os quais, a venda de Magalhães".
A falta de memória de quem foi oposição. E agora o camarada Hugo até tem o seu interesse. Nem que em Portugal se tenha de desinfectar por causa do vírus comunista... Apetece perguntar: então, como é?

A POBREZA DAS GRANDEZAS...

Todos nos recordamos do que foi a trapalhada protagonizada pela Associação Empresarial de Portugal, então presidida pelo eng. Ludgero Marques, quando pretendeu "fintar" Matosinhos ao erguer o Europarque, em Santa Maria da Feira, procurando ao mesmo tempo uma nova aventura para a Exponor, mandando às malvas os contratos firmados. Só se falava em milhões. O processo da Exponor caíu, felizmente, pensamos nós. O Europarque ergueu-se com toda a pompa e circunstância, luxuosamente, com Presidente da República e ministros, inúmeros eventos. Era tudo a fazer de conta.
Agora, sem o senhor engenheiro na cadeira de presidente, o novo líder diz que vai fechar a porta, em Santa Maria da Feira, pois há um buraco de 35 milhões e o Estado tem lá um aval para cobrir. E lá vamos nós, matsoinhenses, ajudar a tapar o buraco das grandezas de quem foi pobre de ideias.

QUEM FUMA CHARUTO...

Bem se safa quem fuma charuto. E é a Justiça que tal parece assumir, ao vermos a forma como está a ser tratado o presidente da Câmara de Oeiras, que foi preso para cumprir a pena que lhe foi ditada por não ter sido sério, mas como é poderoso, tem dinheiro para pagar a bons advogados, foi ministro, tudo se está processar para que ele continue a deitar umas fumaças e a sorrir da Justiça. Se fosse o Zé dos Anzóis, que fuma pontas de cigarro que apanha do chão, mas que teve azar de "meter o pé na poça", não escapa a ficar uns tempos atrás das grades. Deve ser pelo cigarro fazer mal à saúde.
E é isto e boca calada. O charuto é charuto.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A LUZ DO DIA NEGRO

Hoje é o chamado Dia de Finados e Fiéis Defuntos. É para muitas pessoas, infelizmente para a maioria, o dia em que se lembram dos seus mortos, o dia em que acendem uma luz ou até deixem uma ou ramos de flores, numa manifestação para os vivos e não para os mortos. Trata-se de um dia em que se mata o amor ou se embrulha em hipocrisia e vaidade.
Quanto a nós trata-se de um dia inútil porque encerra pouca verdade. O Dia dos Nossos Mortos é a todo o momento. Quando perdemos alguém teremos de vestir um luto interno, um luto interior e não um luto para mostrar ao mundo.
Neste dia gastam-me milhares de euros em vaidades. Para muitos, o acender da vela devia ser impossível, açoitada por um vento de crítica; as flores deveriam murchar ao deixar muitas mãos.
Visitar o espaço onde repousam os nossos mortos deve ser feita sem todos os outros reparem que choramos. Visitar os mortos é respeitá-los na sua recordação e todos os dias nos lembrarmos deles, pousando as nossas mãos nas recordações que nos deixaram, por mais simples que sejam, dedicando-lhes uma pequena oração, sobretudo para aqueles que crêem em Deus.
Ainda por cima estamos em tempo de crise, de crise que não sabemos até esta nos vai atirar. Mas também estamos em crise de valores humanos.
Nós não vamos no dia 2 visitar o espaço dos nossos mortos. Nós vamos lá de vez em quando e em momentos enevoados da nossa vida. Nós todos os dias nos lembramos deles. Sem nunca os esquecer.
Tenhamos a vela acesa a todo o momento e não só uma vez por ano.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

TRISTE VERDADE PORTUGUESA:EMIGRAÇÃO

Falar verdade na desgraça que nos cobre. O secretário de Estado para a Juventude não teve dúvidas em ser realista e convidou os jovens à emigração. E disse-o no estrangeiro, sobretudo em S. Paulo. É o que está reservado aos mais jovens, sobretudo aos que se prepararam para o futuro que nada lhes garante, antes assusta-os.
Iremos ver os nossos filhos e netos a abraçarem-nos em momento de despedida. Portugal ficará para os mais velhos, especialmente para os idosos que nada mais esperam é que ainda fique alguém para nos fechar os olhos e mandar enterrar o corpo ou deitar as cinzas ao vento.
E vivemos, trabalhamos, lutamos para chegar a esta realidade que a riqueza se chama pobreza, desgraça.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

POIS...

Com os agradecimentos ao autor e ao MFA (não é o Movimento das Forças Armadas, mas sim Manuel....)

NUNCA DIGAS NUNCA

Volta e meia vem à conversa. E se isto (Portugal e Espanha) fosse somente a Ibéria? Diz-se que já por alturas de 1640 se discutiu isso, com os espanhóis a preferirem a mancha portuguesa do que a Catalunha. E um dia destes houve bronca, em Madrid, num congresso de advogados. Um ex-presidente do Senado Tudo serenaria depois. Mas voltou-se a falar. E nesta hora em que Portugal e Espanha estão de mão estendida, com os portugueses governados pela troika, ou seja por estrangeiros, sobretudo franceses e alemães, talvez com o braço metido em "nuestros hermanos" a vida nos sorrisse melhor. Nunca se sabe. Não será para os nossos dias, mas é capaz de Espanha vir bom vento e melhor casamento. A necessidade manda a perna.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

BOA, RICARDO CAMPUS

O nosso amigo e grande caricaturista Ricardo Campus é autor desta composição gráfica. Em cheio, caro Ricardo. Parabéns. Falta esperar que o leite não esteja estragado...

RELVAS

Não, não vou a contar a história de Salazar que quando viu, junto dos Jerónimos, um pobre a comer relva, abeirou-se dele, lamentou a sua sorte e disse que o ia ajudar. E ajudou. Mandou-lhe entregar uma carta em que o pobre tinha licença para comer relva...
A referência a fazer é a Miguel Relva, ministro de ganas incendiárias, que entre muitas coisas, foi deixando a perceber que isso de subsídios de férias e Natal pode ir até às calendas gregas ou desaparecer de vez, apresentando como exemplo alguns países nórdicos. Os países em que os trabalhadores, coitados deles, são espoliados por mal pagos. Um bocadinho de tento, senhor ministro porque a relva pode ficar escorregadia.
Fomos um dos portugueses que só muito tarde soube o que era ter direito a tais subsídios, apesar de ter começado a trabalhar aos 10 anos de idade. Só gozamos férias (sem subsídio) aos 27 anos, depois de 17 de trabalho.
Sabemos que vamos sofrer, mas não se fale dos tormentos que vamos passar assim em forma de que poderia ainda ser pior. Cuidado, repetimos, a relva pode ser escorregadia...


FISGA-SE...

Bem diz Frei Tomás, olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço. O nosso (?) Presidente vai visitar o Paraguai, com duas paragens no Brasil. Leva com ele uma comitiva de dezenas, a saber: 12 seguranças (!), 2 fotógrafos, 2 bagageiros e um mordomo (sim, senhor, à boa maneira de quem pode). Um Cavaco Silva que recentemente disse aos portugueses que "ninguém está imune a sacrifícios". Na verdade, toma-se nota e não tarda a reacção. Um Presidente que tem um Serviço da Presidência mais caro que a Casa Real de Espanha.
Justiça se faça ao Primeiro Ministro que vai ao Brasil e só vão quatro pessoas. Sem mordomo...

E ASSIM É QUE ESTÁ BEM

Uma recente mensagem electrónica fez-me aproveitar a boleia e falar na extinção de feriados. Na verdade o 25 de Dezembro pouco interesse tem, pois acabou o subsídio de Natal; o 1 de Maio já não terá grande adesão, face ao número de desempregados; o 10 de Junho, Dia de Portugal, a troika tirou-lhe o significado. Só não se deve mexer no 1 de Novrmbro, dado que, neste momento, somos um país de mortos.

NÃO É IRONIA, NÃO...

Na verdade não é ironia a mensagem que recebemos de um bom amigo. Ele está atento. Nós assinamos por baixo.
Entre 1926 e 1974 a mensagem de vida dos portugueses era:
DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA
A partir de 1974 e principalmente nos dias de hoje, passou a ser quase a mesma coisa, mas antepondo a primeira letra do alfabeto.
A DEUS, PÁTRIA E FAMILIA
É o que temos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

AGUENTA, AGUENTA, ZÉ

E a martelada mortal não foi só com o IVA. Depois do lavar das mãos de ANÍBAL, o Zé foi mesmo para a cruz e ali martelado por Pedro, Gaspar e Portas, mais a sua legião. Há quem acredite que poderá haver revolução, perdão, ressurreição, mas não é de acreditar. O Zé nunca mais desce da crz.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CHEGOU O TEMPO DE ORAR, SEM COMPLEXOS

É verdade, meus amigos. Sem receio de ser mal interpretado e até nalguns casos incompreendido e escarnecido, estamos a viver uma hora de explosão da necessidade do pão nosso para todos os dias, desde o alimento para o corpo como para o espírito. Nunca foi precisa tão urgentemente a compreensão humana e a decisão para os caminhos da solidariedade.
Vale a pena, sobretudo todos os que nasceram católicos, mesmo em surdina, todos os dias, em qualquer lugar, orar o Pai Nosso e interpretar toda a mensagem que a oração encerra. É a hora de acreditar.
Não estamos a incitar ninguém para ajoelhar ou seguir os caminhos para os templos, pois a oração não necessita de tal ambiente. O conteúdo está junto de nós e os próprios sacerdotes devem abandonar o altar e as vestes, descerem â rua e junto do povo viver com eles o conteúdo da oração. É que vêm aí tempos muitos dificeis. Na minha idade já não se tem muito receio porque o tempo de vida está perto da extinção. Mas o mundo continuará para os que cá ficam e os caminhos terão de se tornar com poucos escolhos. E com pão. Todos os dias. Oremos para que tal aconteça. Mas não bastará a oração, será necessária a acção, lutar contra as injustiças, fazer dos homens gente igual.

MORREU UM PRESIDENTE DO LEIXÕES

Despediu-se de todos os matosinhenses e especialmente dos leixonenses o Domingos Nascimento.
Na sua saudade deixou-nos não só o brilhante atleta de hóquei em patins, como um dedicado homem do Leixões. Em 1978, em plena crise do clube, decidiu arrostar com a responsabilidade de presidente do Clube. E cumpriu, quando poucos lhe davam crédito para tal.
Nos últimos tempos, arredado do viver próximo do clube, tinha n sua posse centenas de recordações do mesmo através de fotografias.
Ultimamente, vergado a problemas de saúde, era um leixonense de quem já poucos se recordavam. A eterna ingratidão dos homens.
O Domingos, que faleceu aos 68 anos de idade, era filho de um percursor da Rádio, o velho Nascimento, proprietário da Rádio Leixões, no tempo em que as gravações ainda se faziam com fio de cobre. Marido de conhecida D. Margarida, mulher de pêlo na venta, ainda a recordamos por detrás do balcão, na rua Conde S.Salvador.
O Domingos Nascimento que, muitas vezes se abeirou de nós, nos últimos tempos, apesar da doença, mas sempre a pensar em iniciativas para o Leixões, tendo muito recentemente tentado arranjar pessoas para fazer ressurgir o hóquei em patins no Clube. Não conseguiu o seu sonho.
O Domingos já cá não está. É mais um que parte com a camiosla do Leixões colada à sua vida.
À sua família um abraço de solidariedade numa hora dificil.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ELES É QUE NOS DÃO AS ORDENS



Estas duas bizarras personagens é que mandam, não só na Europa, mas sobretudo em Portugal. Temos pena dos alemães por terem uma mulher destas no poder (esperamos que por pouco tempo), enquanto os franceses possuem um líder que vale zero e que precisa de tacões altos para mostrar que é gente.
E batemos nós palmas para sermos considerados europeus de corpo inteiro. Qual quê. Andam os nossos políticos aos beijinhos àquela medonha cara da senhora Merkel e aos apertos de mão e abraços do francês que de bom só tem a Carla Bruni.
Esta dupla vai tramar os portugueses, sobretudo a patrícia de Hitler, pois o francês pouco manda pois não tardará a também ter de pedir algum emprestado.
Para além de antipáticos, são maus e zero de competentes. Só tratam da vidinha deles e consideram-se os senhorios da Europa.

domingo, 23 de outubro de 2011

"BANDO DE MENTIROSOS"

Vasco Lourenço, militar de Abril de 74 e um dos protagonistas do 25 de Novembro, por quem sempre tivemos estima, muito embora as suas desabridas considerações que muitas vezes tem ferido os nossos tímpanos e, no meu caso concreto, algumas convicções políticas, bem como algumas irritabilidades por ver nos seus comportamentos algo de insólito com os principios que o tornaram conhecido, vem agora dizer, o que todos nós sabemos, afirmando que no poder "está um bando de mentirosos". Ora, senhor coronel, sempre estiveram. Até na madrugada do 25 de Abril de 1974 e dias seguintes, quem tomou o poder nos mentiu ou prometeu o que não podia dar . Pegue e leia o senhor o Programa das Forças Armadas e compare o que se prometeu e o que falta cumprir. E já foi há 37 anos!
E vamos cantando e rindo no meio de tantas mentiras e mentirosos.

sábado, 22 de outubro de 2011

VEM AÍ TEMPORAL, AI VEM VEM!...

Não sou eu que digo, é o Serviço de Metereologia Nacional. Chuva, vento, inundações, granizo, neve, encharcadelas até ao osso. Será a partir de amanhã, mas eu julgo que vai durar uns anos, apesar do Vasco Lourenço dizer que quem manda é mentiroso. O triste, a desgraça, é que o mau tempo irá cobrir Portugal de lés a lés, mas certamente que em Belém, . Bento e nas cercanias dos donos da massa, aí o tempo vai estar enxuto e certamente até com sol.
Vamos passar, na grande maioria, a ser uma população encharcada em desgraças.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

HOJE FOI O SR. SILVA

Já na semana passada, em Florença, havia saído da boca do PR um certo desconforto à Europa. Hoje, à saída duma Universidade, despiu o fato de inquilino do Palácio de Belém e voltou a ser o sr. Silva de Boliqueime. Não teve dúvidas em estar em desacordo com o conteúdo do Orçamento Geral do Estado, sobretudo com os cortes dos subsídios de Natal e Férias. Regressou ao povo que protesta, só faltando dizer se no dia 23 de Novembro irá fazer greve. O nosso PPC deve ter dado saltos de lebre. Agora, todos temos razão para protestar, pois o nosso Presidente protesta!
Não era de esperar tal. Que nos trará os próximos dias? Foi metido um cavaco na engrenagem da coligação PSD-CDS. Lá isso foi.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

TODOS OS DIAS DIGO UMA ASNEIRA

Faço parte de um grupo de "cansados da vida" que todos os dias percorre a mártir rua de Brito Capelo. São aqueles enormes passeios, cheios de fendas nas juntas das pedras (que dizem serem chinesas); é a escuridão à noite (gostei da recente reacção dos comerciantes, iluminando a rua com velas em tigelas); idosos e crianças que tropeçam e muitos se magoam seriamente; é o desrespeito pelo estacionamento e os camiões de descarga numa grande superfície que danificam o passeio; é a polícia que só ali passa de automóvel, o que é proibido, pois só é permitido em caso de emergência (autoridades e ambulâncias); é o triste espectáculo de estabelecimentos fechados e da invasão dos comerciantes chineses; edificios à venda; a estação do Metro, com a pala inventada pelo arq. Soutinho, prometida para toda a rua, promessa que ouvimos e muito mais gente, no Hotel Porto, num Outubro chuvoso, que estaria concluída no final desse ano. E já lá vão alguns e só aquele arremedo de pala que a Metro agradeceu porque não gastou nada em construir um abrigo. Cabe aqui uma informação recolhida: afinal a pala não era possível construir em toda a extensão da rua, não só pela falibilidade do material a usar como pela licença que seria necessário pedir aos moradores da rua.
A rua de Brito Capelo é mesmo uma artéria mártir e fantasma. Quem a conheceu. E inaugurou Narciso as obras de remodelação, bebendo champanhe juntamente com o presidente da Associação Empresarial. Os dois deviam ser obrigados, a diariamente darem meia dúzia de voltas à rua, algumas das quais à noite.

sábado, 15 de outubro de 2011

OUTRA DE RICARDO CAMPUS

VOZ SEM MEDO

O nosso Bispo continua a ser uma voz sem medo. Ninguém como ele sente mais o sofrimento do povo. Sempre ao lado dos que sofrem. Assim foi na época negra de Setúbal em que não teve receio de denunciar a triste realidade. E por isso não foi amado pelo Poder, mas este nunca o conseguiu calar. A própria Igreja Católica, aquela que raramente sai do altar, se sentiu incomodada e, ainda hoje, depois de retirado da sua actividade pastoral, quando reflecte, quando fala, ainda há muita boa (?) gente que estremece.
Aí está D. Manuel de novo a chamar a atenção dos governantes, em recente entrevista à Lusa. "Isto vai rebentar". E mais: "Não sei se o povo terá força para ir para a rua, mas muitas coisas graves podem acontecer. Hoje sou um homem desanimado. Estamos perdidos".
Se D. Manuel diz que "estamos perdidos" é um sinal que estarão por aí maus dias. Hoje ainda o povo está como que anestesiado, mas chegando Dezembro e os primeiros cortes e Janeiro com os cortes a sério, não sabemos se os habituais brandos costumes se irão manter. Bom seria que sim. Mas desconfiamos. O golpe dado foi sem dó nem piedade.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

HUMOR DE RICARDO CAMPUS

Ó TEMPO VOLTA PARA TRÁS!

Pois é, caros amigos. Ao ouvir o Primeiro Ministro e a sua sentença para recuperar Portugal, segundo ele, muito vai mudar. Lembrei-me do regresso dos velhos hábitos, pois o dinheiro vai ser coisa só possível de ver nos bolsos dos ricos que, coitados deles, não foram molestados. As grandes fortunas ficaram praticamente intocáveis, pois um milionário iria ter muita dificuldade em aceitar cortes nos seus rendimentos. Os outros que paguem a crise.
E virá de novo o ovo de madeira para passajar as peúgas, a costureira para colocar uns punhos e colarinhos nas camisas, a velha bicicleta a pedal a ser oleada, uma carne à jardineira a ser um bom prato de domingo e dia de festa, comer sopa todos os dias, mandar colocar tacões nos sapatos, dar uns passeios no jardim da vizinhança, voltar a lavar a roupa no tanque a estender a roupa no arame, fazer férias com merendeiro para a praia ou pinhal que fica já ali. E se isso acontecer, já seremos felizes, porque estamos vivos.
Está claro que os políticos e certos senhores, esses continuarão a ir comer aos restaurantes que ainda estarão abertos e a viajar, gozando férias por preços especiais e em pagamento de contas antigas. A maioria, a grande maioria dos portugueses, essa ficará por garantir a certeza de ter uma tijela de sopa e esperar que a mulher, a mãe ou a avó lhe possa cozer o buraco nas peúgas...
Voltaremos a ser um país de pé descalço. Quem me dera enganar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

FIM DO CAMINHO

Poderá ser já ali ao virar da curva, mas também pode faltar uma distância que não sabemos calcular para chegar ao fim. A única certeza é que vamos chegar ao nosso destino: o fim do caminho.
Há muitos anos que caminhamos e quando demos início à caminhada quase não acreditávamos que ela um dia teria um fim. Por isso avançamos sempre, quantas vezes quase sem sabermos o terreno que pisávamos. Os passos dados nos primeiros anos trouxeram com eles a força para uma viagem longa. Fomos semeando alegrias, ambições e ilusões. Muitas vezes regadas com lágrimas de alegria e tristeza. Hoje estamos perto, pertinho da última curva. As pernas aqui e ali fraquejam. Temos a consciência que haverá quem nos queira afastar do caminho, mesmo nos derradeiros meses, anos, dias ou metros. Os velhos estorvam a correria dos mais jovens que julgam que o caminho será imenso e sem fim. Mas não, o fim é uma realidade. É bom que todos pensem nisso, mesmo quando os pulmões estão cheios de ar, o coração é de gazela e as pernas de girafa. É que o caminho que pisamos tem pedras, obstáculos. E não há ordem na chegada ao seu termo. Alguns ficam pelo caminho, num fim antecipado.
Nós estamos nas derradeiras voltas na caminhada. O fim já parece divisar-se, mas ainda fica muito para além da linha do horizonte. Vamos ver se lá chegamos o mais tarde que a noite imensa não nos leve embrulhada na grande nuvem cinzenta, aí sim, a caminho da meta que o nascimento nos determinou. É que a partida para o fim do caminho começa no primeiro momento de vida ainda nas entranhas maternas.


O FIM DO CAMINNO

O FIM DO CAMINNO

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ESTE GAJO É O CULPADO DE TUDO

Custa-nos a admitir, mas realmente o Sócrates não devia ter ido para Paris, mas para longe, muito longe. Ele é culpado do que está a acontecer a Portugal, Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos da América. O que este homem fez! Em pouco tempo deu cabo de tudo. O António Barreto que diz que Portugal já não existe, até conseguiu culpar o politico transmontano de ter governando 10 anos. Só faltou culpá-lo por ter caído o Estado Novo.
Não íamos muito à bola com o ex-Primeiro Ministro, mas que o senhor tenha de pagar pelas derrapagens financeiras internacionais, isso é demasiado. Lá que ele era amigo do Sarkozy e certamente até lhe ofereceu uns sapatos de tacão alto, isso é verdade, como não é mentira os rechonchudos beijos na senhora Merkel. E pagou a amizade com o pontapé nas finanças dos franceses e alemães, tal como do seu amigo Zapatero e do amigalhaço Berlusconi. Deu cabo da vida a toda. E não só aos portugueses. Julgamos que até ele foi culpado da derrota da equipa de Portugal não ter vencido na Dinamarca. O homem não prestou para nada.
Não deixou saudades como o Salazar, embora comece muita gente a falar no homem das botas. E atrás de mim virá...

CALDO ENTORNADO

Pois é, caros amigos e conterrâneos. Vem aí novo Orçamento de Estado e, segundo se diz, para além de muito mais dores de cabeça para os portugueses, também haverá decisões importantes, ou seja: com o mais provável aumento do IVA para os restaurantes para os 23% o imposto ficará ao mesmo nível dos artigos de luxo, como as jóias. Assim um caldinho de massa e feijões pagará ao Estado um imposto igual ao broche da D. Violante. E nada de reclamar. Assim é que há justiça social.

SAUDADE

É saudade, sim senhor. Esta foto que nos foi enviada pelo Luís Camelo fez-nos saltar as lágrimas. Não sabemos quantos anos tem, mas tem muitos. É uma foto da nossa segunda casa e muitas vezes a primeira - o Orfeão de Matosinhos.
Não sabemos quem teve a feliz ideia de fotografar, mas quem foi terá a nossa eterna gratidão. Ao olhar o retrato para além de recordarmos o enorme João Mello, uma das figuras de sempre de maior prestígio na instituição, em Matosinhos e no Banco Sousa, Cruz. Ao fundo o amigo de todos nós - o senhor Gonçalves - explorador do bar e um confidente dos mais novos. Era um avô.
Os outros a nosso lado, ainda os podemos abraçar todos os dias: o Alexandre e o Luís. Pela cronologia da vida nós seremos o primeiro dos três a ver a nossa cara colada na página da saudade.
Um abraço, amigos. Que saudade.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SÓ O SÓCRATES NÃO TEVE SORTE...

Pois é. Um fez um buraco e apanhou um pontapé nos fundilhos empurrado pelo PSD e pelo CDS; o outro fez uma buracola, dada a dimensão do território e ganhou as eleições apoiado no PSD. Um foi um bombo das festa dos laranjinhas, toda a gente lhe bateu, até alguns dos seus correlegionários, enquanto o outro teve tempo para tudo, para perder alguns votos, mas ficar numa situação de vencedor e provocador. Fez a rábula dos óculos, chamando a todos os que nele não votaram ou discordam da sua actuação ruinosa, uns ceguinhos, e ainda teve a lata de afirmar que as dificuldades se irão ultrapassar com a ajuda do Primeiro Ministro e do Presidente da República. Dizemos nós: se calhar! O outro também chegou a dizer que depois de ter visto um porco a andar de bicicleta... Uma verdadeira ilha da "mamadeira" como afirmou o ganhador deputado Coelho!

domingo, 9 de outubro de 2011

VERDADEIRAMENTE IMPRESSIONANTE - 1872/2011

"Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade política, a mesma trapalhada económica, a mesma baixeza de carácter, a mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros , nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, pode vir a ser riscado da Europa, citam-se em paralelo, a Grécia e Portugal" (Eça de Queirós, in as Farpas - 1872)

A DANÇA DAS AUTARQUIAS

Vem por aí uma ventania política dos diabos. Da muralha de Valença ao cume do vulcão da Ilha do Pico. O Governo, diz que por decisão dos estrangeiros da "troika", vai ter de eliminar ou agrupar muitas autarquias, sobretudo ao nível das Juntas de Freguesia. Não queremos dar palpites, pois já há muito tempo que defendo tal posição, não se entende que em sedes de concelhos, existem Juntas quase a pouco mais de 500 metros dos Paços do Concelho. Não se percebe, por exemplo, que tal aconteça nas cidades do Porto e Matosinhos. E haverá outros que só lucrarão com agrupamentos, pois também são "vizinhas do lado".
E ainda há-de aparecer algum a querer juntas Vila Nova de Gaia e Matosinhos ao Porto, aliás como sempre foi desejo dos adoradores de Vímara Peres.
Que vai haver confusão e luta de interesses políticos e sociais, lá isso estamos de acordo.
Já dizemos ao sistema eleitoral de uma só cor política para a governação, havendo uma única lista
a concorrer, por cada partido ou força politica, sendo presidente da Câmara o cabeça de lista e escolhendo estes os seus vereadores. E menos vereadores? Está claro que sim, pela razão da eleição de um elenco unicolor.
Vamos aguardar. Mas vem por aí crise.

TOMATES

Estava com a Ilídia a ver um dos mais que estafados técnicos de contas, que se dizem economistas e peritos em finanças, mas que não passam de uns mangas de alpaca, em que a grandeza e a pobreza do euro andava em bolandas nas palavras do mesmo, quando se dá um intervalo. E no mesmo, lá aparece a publicidade do Continente, anunciando a grande probabilidade de se comprar tomates, custando cada quilo 1,29 euros. De imediato, fizemos as contas e regressando ao escudo reparamos que o quilo dos mesmos representava cerca de 250 escudos! Como é que em meia dúzia de anos, o que custava 50 escudos, foi multiplicado por cinco?
E ficamos os dois a pensar, desligando o televisor: esta coisa da entrada no euro deu cabo da vida e não só aos portugueses. Podem-nos contar milhentas histórias, apresentar um cabaz de argumentos e até chamar de analfabetos de economia, mas ninguém nos afasta do que pensamos: fomos tramados e bem tramados. Mas o pior é que, agora, não podemos voltar para trás. E porquê? Porque não temos tomates.

sábado, 8 de outubro de 2011

UMA HISTÓRIA QUE POUCOS CONTAM...

Nos últimos dias tem-se escrito e falado muito sobre o saudoso treinador José Maria Pedroto que começou a jogar futebol no Leixões, nos juniores. Mas as conversas tem girado sobre o seu valor como treinador, afirmando alguns ter sido "o melhor de sempre". Não sabemos se foi ou não, mas também teve os seus momentos maus.
Fomos protagonistas no comunicar-lhe o seu despedimento, ou seja, da chamada chicotada psicológica. Estava ele nos seus primeiros tempos de treinador e treinava o Leixões.
O nosso Leixões, sob a sua direcção vivia um período periclitante, muito perto de baixar de divisão, depois de ter ido perder a Torres Vedras por 4-0, salvo erro. Já lá quase 50 anos.
Então a Direcção do Leixões, presidida por Francisco Mil Homens, tendo como vice-presidente para o futebol Crispim de Sousa, decidiu dispensar o treinador. Mas ninguém lhe queria dizer. Foi o autor deste apontamento, então secretário-geral do clube, que foi ao encontro de Pedroto e, nas escadas da sede na Rua de Roberto Ivens, lhe comunicou a decisão. Pedroto chorou ("não me façam isso"). Mas não havia volta a dar. A demissão foi um facto.
No outro dia, juntamente com Mário Maia, por incumbência da Direcção, fomos arranjar um novo treinador. E um jornalista amigo, António Pacheco, de "O Século", casado com uma senhora espanhola, indicou Ruperto Garcia, homem das Canárias, que havia deixado de treinar a selecção da Venezuela. Da descoberta à consumação do contrato foram as horas da vinda do avião.
E o bonacheirão do espanhol, tomou conta da equipa, e no domingo seguinte foi ganhar ao Seixal, por 3-0. E, assim, o Leixões safou-se da II Divisão.
Por ter conseguido tal, Ruperto Garcia escreveu uma pequena brochura com a sua biografia e numa das folhas dizia: "fui substituir Pedroto no Leixões e evitei que o clube descesse de divisão".
Anos mais tarde (Pedroto ficara zangado connosco durante mais de dois anos e colocou o Leixões em tribunal, executando até as chuteiras dos jogadores), quando nos encontrávamos, depois do fecho das Redacções dos jornais do Porto, com o Pedroto já na moda, volta a meia para o fazer saltar dos carris, alguém do lado atirava: "Ó Zé Maria, olha que eu vou buscar o livro do Ruperto Garcia". Entornava-se o caldo. Pedroto não gostava da recordação.
Mas, na verdade, acabaria por ser um grande senhor do futebol português que cedo nos deixou.
E, nós, apesar de todos os agravos que chegamos a receber e que iremos receber ao evocar este episódio, tudo perdoo, porque para Pedroto a sua primeira camisola foi o Leixões, depois o Lusitano de Vila Real de Santo António, seguido da passagem pelo Belenenses, a caminho do Porto, por 300 contos, e com o Leixões a ser esquecido. Tudo ao abrigo da Lei Militar, a Bem da Nação, por influência do adepto de Belém, chamado Américo Tomás.
Mas, de vez em quando, irei contar outras histórias. Algumas também com Pedroto. No Leixões.

LEIXÕES DEIXOU CAIR UMA LÁGRIMA

A bandeira do Leixões está a meia haste. O Leixões deixou caír uma lágrima. Morreu Albertino Castanheira, um cidadão que chegou a Matosinhos, ainda muito novo, vindo de Tábua, para se tornar industrial da restauração. Ver e amar o Leixões foi uma obra do momento. Foram anos e anos de dádiva. Sócio dedicado, dirigente abnegado, sempre pronto a atender tudo e todos. O futebol para ele era uma paixão, mas sempre a pensar no Leixões, esquecendo o Sporting da sua juventude. Jogadores, leixonenses, dirigentes e árbitros de todas as cores sentavam-se à mesa do restaurante Castanheira, na Avenida da República. Anos e anos. Nos momentos de grandeza e miséria desportiva. O Castanheira estava sempre atento.
Pois a morte levou-nos o grande amigo Albertina. Na manhã de hoje, no Hospital de Coimbra. Não resistiu mais aos seus padecimentos e à tristeza de passar a viver longe da "sua terra" e do seu clube. Vai a sepultar, amanhã, domingo, em Tábua.
No Leixões e na face dos seus amigos, que foram muitos, correrá uma lágrima.
Um exemplo de dedicação que nos foge. A seus familiares um voto de condolências e de saudade. Ao Leixões, que perdeu um dos leixonenses autênticos, sempre sem querer aparecer na fotografia, foge um dos seus pilares.
Albertino Castanheira tinha 74 anos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

HA 70 ANOS

Faz precisamente hoje 70 anos que caminhamos, sozinhos, para a Escola.
Manhã cedo, a nossa mãe, receosa, deu-nos o pequeno almoço: uma caneca com café com leite e um pão com manteiga.
Já estava frio e nos pés calçava umas chancas compradas no João da Tulha, na esquina das ruas Álvaro Castelões e Primeiro de Dezembro. Era bonitas, com aqueles pregos amarelos.
De calções (tinha sempre dos melhores com retalhos que sobravam dos fatos que o meu pai fazia para os seus clientes) e camisola branca.
A saca era de sarapilheira colorida, que a minha mãe teria comprado na loja do Ruço, perto do Mercado.
Com algum receio, pois só conhecera a escola no dia da matricula, caminhei para a Escola dos Sinos. Sem conhecer ninguém. O meu melhor amigo, já desaparecido, o Vitor Azevedo, fora para a Escola do Adro, pois o pai dele era "irmão" do Senhor de Matosinhos.
Só lá caminhei pela rua Brito e Cunha, dei os bons dias ao fontanário vizinho da loja do senhor Magalhães, andei uns metros pela rua do Godinho e vi a Vitorinha à porta do seu estabelecimento, percorrendo depois a rua de Álvaro Castelões. Sentia-me já gente crescida e só junto da carvoaria, a dois passos da Escola é que parei para ganhar fôlego. À porta da escola muitos rapazes, a partir daí amigos de uma vida inteira, enquanto na Escola ao lado estavam também muitas raparigas.
Surgiria-nos, depois, à porta da escola o nosso professor. O senhor Paredes. Homem alto vestido na sua bata branca. Mãos enormes. E lá nos fez entrar e sentar. Eu fiquei numa carteira na terceira fila, juntamente com o Pinto.
Foram-nos dadas as boas-vindas e o professor Paredes disse-nos que a partir daquele momento começava uma nova vida para todos nós.
Ali estava o quadro negro, um grande armário com as medidas de capacidade, os pesos, e o aparato para medir a madeira. Alguns livros a parecerem uma biblioteca.
Eu na saca levava somente o livro da 1ª.classe, a lousa e as penas para escrever na mesma. O professor deu-nos um caderno para escrevermos as primeiras e outro os primeiros números, bem como uma caneta com aparo de aço que tínhamos de molhar num tinteiro que havia na carteira.
Ao fundo da sala a porta que dava para a residência do professor e recordamos ter visto aparecer uma senhora, muito forte, que mais tarde soubemos chamar-se D. Aninhas e que era esposa do senhor Paredes, ambos naturais de Terras do Bouro.
Ao lado da secretária de madeira já comida pelo tempo, alguns papeis, uma caderneta com os nossos nomes, enquanto o parapeito das grandes janelas estava pejado com vasos de diversas plantas. Bonito.
Lá estava uma cana encostada à parede e que algumas vezes nos acertou na cabeça, uma régua que muitas viria a estalar nas mãos dos meus companheiros (nas minhas só aconteceria, em quatro anos, duas vezes, por estar a falar), e uma velha flauta, com aspecto doentio, pois estava amarrada por vários fios azuis, instrumento que haveria de ser a delícia do sábados de manhã, quando tinhamos lazer e cantávamos ao som da flauta soprada pelos lábios grossos do professor: "os passarinhos, tão engraçados...".
O vasto quintal de recreio, todo florido com crisântemos, pois estávamos perto de Novembro e mais tarde soubemos que a D. Aninhas dava e oferecia as flores para o Dia dos Fieis Defuntos. No fundo do recreio uma grande figueira que era refúgio nos dias de calor e de humidade e que durante muitos anos seria ponto de referência como recordação de um Joaquim adulto.
Isto aconteceu a 7 de Outubro de 1941. Há 70 anos. Já muitos ficaram pelo caminho e tantas vezes os recordamos, bem como ao professor que foi um meu segundo pai.
Há 70 anos.





quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O DISCURSO DO PRESIDENTE DA REPUBLICA

Hoje comemorou-se os 101 anos da implantação da República. Numa hora em que a mesma vive num enorme estremeção e do qual ainda ninguém tem a devida dimensão na sua repercussão futura. Nós já não mandamos na Lusitânia. Não podemos dar um passo sem perguntar ao estrangeiro, sobretudo aos franceses e alemães se o podemos dar.
Todos os dias ouvimos as mesmas acusações e promessas. Dos políticos aos economistas. Então, estes, para cada um o seu paladar. Dos políticos já não esperávamos outra coisa.
O país vive (?) em desassossego. Anuncia-se que iremos defrontar um tempo em que se dará valor ao pão e ao tostão. Ficamos aterrorizados quando o Primeiro Ministro ou outro qualquer ministro fala. É só para tirar, para privar, para encolher.
É por isso que julgávamos que íamos ouvir da boca do Presidente, em hora tão própria, palavras de critica a muitos comportamentos de toda a gente, inclusivé dele quando Primeiro Ministro e o primeiro a dar o sinal de gastador do dinheiro que nos caía até pelo telhado, mas essencialmente de anúncio de "greve geral" à actividade dos partidos no que respeita à luta sem quartel, solicitando, impondo até (aqui a democracia musculada é necessária) para que se faça um interregno para o arregaçar de mangas para o trabalho e para a luta dos especuladores que todos os dias nos espreitam. Queríamos ouvir uma voz mais forte, motivadora, mas não uma voz comprometida. O país precisa de quem saiba dar um murro. Isto já lá não vai com punhos com botões dourados, nem com fanfarras. É com trabalho. Com verdade. Com amor ao País.
E isso não ouvimos. As palavras foram soltas, gastas, sem força.
Estamos a precisar de quem se faça ouvir e faça o país mexer-se.