Há muitos anos que caminhamos e quando demos início à caminhada quase não acreditávamos que ela um dia teria um fim. Por isso avançamos sempre, quantas vezes quase sem sabermos o terreno que pisávamos. Os passos dados nos primeiros anos trouxeram com eles a força para uma viagem longa. Fomos semeando alegrias, ambições e ilusões. Muitas vezes regadas com lágrimas de alegria e tristeza. Hoje estamos perto, pertinho da última curva. As pernas aqui e ali fraquejam. Temos a consciência que haverá quem nos queira afastar do caminho, mesmo nos derradeiros meses, anos, dias ou metros. Os velhos estorvam a correria dos mais jovens que julgam que o caminho será imenso e sem fim. Mas não, o fim é uma realidade. É bom que todos pensem nisso, mesmo quando os pulmões estão cheios de ar, o coração é de gazela e as pernas de girafa. É que o caminho que pisamos tem pedras, obstáculos. E não há ordem na chegada ao seu termo. Alguns ficam pelo caminho, num fim antecipado.
Nós estamos nas derradeiras voltas na caminhada. O fim já parece divisar-se, mas ainda fica muito para além da linha do horizonte. Vamos ver se lá chegamos o mais tarde que a noite imensa não nos leve embrulhada na grande nuvem cinzenta, aí sim, a caminho da meta que o nascimento nos determinou. É que a partida para o fim do caminho começa no primeiro momento de vida ainda nas entranhas maternas.
Pior caminho em que Portugal se encontra não há.
ResponderEliminarSábado se não vais á manif. Coloca um pano branco na tu janela.
visconde de trovões