E virá de novo o ovo de madeira para passajar as peúgas, a costureira para colocar uns punhos e colarinhos nas camisas, a velha bicicleta a pedal a ser oleada, uma carne à jardineira a ser um bom prato de domingo e dia de festa, comer sopa todos os dias, mandar colocar tacões nos sapatos, dar uns passeios no jardim da vizinhança, voltar a lavar a roupa no tanque a estender a roupa no arame, fazer férias com merendeiro para a praia ou pinhal que fica já ali. E se isso acontecer, já seremos felizes, porque estamos vivos.
Está claro que os políticos e certos senhores, esses continuarão a ir comer aos restaurantes que ainda estarão abertos e a viajar, gozando férias por preços especiais e em pagamento de contas antigas. A maioria, a grande maioria dos portugueses, essa ficará por garantir a certeza de ter uma tijela de sopa e esperar que a mulher, a mãe ou a avó lhe possa cozer o buraco nas peúgas...
Voltaremos a ser um país de pé descalço. Quem me dera enganar.
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