quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VIVER ILUDIDO? PAREM LÁ COM ISSO!

Parece que só no futebol não há crise financeira. Há e, ao mesmo tempo, crise de decisão.
Esta situação é para nós uma prioridade sobretudo por nos tocar na pele e não conseguirmos digerir a sucessão de notícias sobre a falta de pagamento aos chamados profissionais de futebol do Leixões e, especialmente, à posição assumida pelo treinador, no final do jogo em Portimão, que quase justificou a derrota como uma forma de reacção ao não receberem salários.
Isto, na verdade, tem de acabar. E não só no Leixões.
Não há dinheiro. Isso é um facto. Não há dinheiro no bolso dos portugueses. E quem não tem dinheiro não tem vícios.
Os três ou quatro chamados grandes alardeiam os lucros e a posse de milhões, mas isso são tudo números escritos. O dinheiro vivo esse não existe. A banca é que tem criado os falsos ricos, mas também esta terá de dar um passo frente à realidade e não tardará que muita gente rica, como se ouve já por aí, que os milhões passem a dezenas de euros.
De resto, não há clube nenhum que tenha dinheiro. Tiveram, quando havia patrocinadores e as Câmaras e outras entidades que até lhes dava jeito para uns "pagar" o abrir de portas e para outros atenuar aos lucros. Mas agora tudo mudou. Espreitam-se todas as fugas e rapam-se os sacos e só se encontra cotão.
Por isso, o futebol vai ter de dar uma volta. Nada de ilusões. Teremos de viver com o que temos.
E no caso do Leixões, que não tem dinheiro para mandar cantar um cego, está rodeado por graves problemas, com a venda do Estádio a ficar para as calendas gregas, apesar de ter o orçamento mais baixo dos últimos 10 anos, mesmo esse tem dificuldade em cumprir. O clube é dos sócios, mas estes são muito poucos para aguentar. Uma terra com cerca de 170 mil habitantes tem somente quatro ou cinco mil sócios do Leixões. Entretanto, o FC Porto só em Matosinhos terá um número muito mais elevado de associados.
As empresas deixaram de ajudar porque não podem, tal como a Câmara, também ela asfixiada pela lei e pela necessidade de refrear os gastos.
Há pois que pensar seriamente no clube que poderemos ter. Como nós, todos os outros.
Eu também, em minha casa, gostaria de possuir muitas coisas, mas fico pela vontade.
Pensem nisso. Mesmo que não estejam de acordo comigo. Já tenho idade para aguentar e para não ter ambições.
Mas que queria ver verdade no futebol e sobretudo no meu clube, lá isso tinha, para além de não ser cúmplice em manter pessoas amigas envolvidos em camisas de onze varas, sem ajudas de quase ninguém, que só não batem com a porta para não serem acusados de coveiros. E ninguém tem o direito de lhes exigir que eles deixem no clube o desgaste da sua vida fisica e financeira.

1 comentário:

  1. Sou daqueles que não dispenso um artigo de opinião de quem o sabe fazer com sabedoria.

    Espero que diariamente tenha orgulho de ler mais artigos, pois são a reflexão de muitos anos de experiência e a maneira de abordagem critica e alerta de quem anda distraído.

    Um Grade Abraço

    visconde de trovões.

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